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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

100 ANOS DE NÉLSON RODRIGUES E 30 ANOS DA NOVELA O HOMEM PROIBIDO


Em homenagem ao centenário de nascimento do grande dramaturgo, jornalista e escritor Nélson Rodrigues, relembraremos uma novela que provocou muita polêmica quando foi exibida na Globo: "O Homem Proibido". Nélson Rodrigues sempre foi muito marcado pelas polêmicas, que estão presentes em todas as suas obras. Algumas de suas peças mais conhecidas são: "Vestido de Noiva" (1943), "O Beijo no Asfalto" (1960) e "Toda Nudez será Castigada" (1965), entre muitas outras. Escreveu também contos, crônicas e romances. Uma das principais características de sua obra é o grande realismo que procurava imprimir em todas elas, representando a sociedade contemporânea pontuada pela hipocrisia. O erotismo também é marca registrada do autor, levando muitos a considerarem suas obras como pornográficas. Mas o fato é que o nome de Nélson Rodrigues está entre os mais importantes do teatro e da literatura brasileira.

Muitas das obras do autor foram adaptadas para o cinema e televisão. As adaptações mais conhecidas foram exibidas na Globo. São elas: "O Homem Proibido" (novela, 1982), "Meu Destino é Pecar" (minissérie, 1985), "Engraçadinha: Seus Amores e Seus Pecados" (minissérie, 1995) e "A Vida Como Ela É" (Série exibida dentro do "Fantástico" em 1996).

O HOMEM PROIBIDO: HISTÓRIA

Elisabeth Savala (Sônia), Lídia Brondi (Joyce), Lílian Lemmertz (Flávia), Leonardo Villar (Dario) e David Cardoso (Paulo) viveram os principais personagens de "O Homem Proibido".

Escrita por Teixeira Filho, "O Homem Proibido" foi exibida entre 2 de março e 20 de agosto de 1982 às 18 horas em 146 capítulos.

Ambientada no Rio de Janeiro, a novela era centrada nos dramas das primas Sônia (Elisabeth Savala) e Joyce (Lídia Brondi). Sônia é filha do casal Flávia (Lilian Lemmertz) e Dario Rodrigues (Leonardo Villar), um advogado boa praça. Os dois também criaram Joyce, filha da falecida irmã de Flávia. Dario sempre foi muito gentil com Joyce, mas Flávia, que é muito orgulhosa, trata a moça com frieza e hostilidade, pois ela lhe desperta lembranças desagradáveis sobre sua irmã, com quem disputou o amor de Dario no passado. Mais velha do que Joyce, Sônia sempre teve muito carinho por ela. As duas convivem como irmãs e se dão muito bem, mas a amizade delas é abalada quando ambas se apaixonam pelo mesmo homem, o jovem médico Paulo (David Cardoso) e passam a disputá-lo, vivendo um triângulo amoroso cheio de conflitos e frustrações. 



A disputa das duas primas pelo mesmo homem, piora ainda mais a já tensa relação entre Flávia e a sobrinha. Paulo Se envolve afetivamente com Sônia e Joyce e fica completamente indeciso entre as duas. A história se complica mais ainda com a chegada do humilde Carlos (Edson Celulari), que se apaixona por Joyce à primeira vista e esconde dela que é filho de um motorista e de uma costureira, com medo de que ela o rejeite. Mas Joyce só tem olhos para Paulo e despreza o amor de Carlos. Ao sofrer um acidente de carro, Joyce chega a fingir que está cega, só para ficar mais perto de Paulo e demonstra muita crueldade, pois é capaz de qualquer coisa para afastar Sônia de Paulo.

 Depois de sofrer um acidente, a vilã Joyce fingiu que era cega para ficar perto de Paulo.

No final da novela, Paulo resolve ficar com Sônia, e Joyce finalmente aceita o amor de Carlos. As duas primas fazem as pazes e se casam na mesma cerimônia, que demorou dois dias para ser gravada e marcou o último capítulo da novela. 

Clique aqui para ver uma cena do último capítulo, em que Flávia se despede de Sônia e Joyce antes do casamento delas. Essa cena foi exibida no quadro "Túnel do Tempo" do "Vídeo Show", no dia 20 de agosto, quando fez 30 anos do final da novela.


"O Homem Proibido" é mais lembrada pelas polêmicas do que pela repercussão, que não foi tanta. A polêmica principal foi gerada pelo fato de a novela se basear em um folhetim de Nélson Rodrigues publicado originalmente em 1951. A Censura a considerou inadequada para o horário das seis antes mesmo de sua estreia, que aconteceu com um dia de atraso, numa terça-feira.

Para que a novela pudesse ir ao ar, a Censura impôs muitos cortes em nome da "moral e dos bons costumes". Alguns diálogos entre Sônia e Joyce tiveram que ser eliminados, pelo fato de a Censura achar que eles indicavam que as duas eram homossexuais. A Censura também implicou com o fato de alguns atores do elenco como David Cardoso e Alba Valéria, fazerem parte do chamado "circuito maldito da pornografia".

O casamento dos protagonistas no último capítulo da novela.

Em entrevista à Revista "Amiga" em 1982, o autor Teixeira Filho disse: "Esta foi a novela mais difícil que escrevi na minha vida. A Censura prejudicou o conteúdo e a forma da história. Felizmente todo mundo se superou e conseguimos fazer um trabalho que o público aceitou". 

Pode-se dizer que apesar de não ter sido um grande sucesso de audiência, o saldo da novela foi positivo, no final das contas, pois toda a polêmica gerada pela Censura, acabou se transformando em publicidade para a novela e fez com que o público se interessasse por ela. Lídia Brondi se destacou muito e transformou Joyce numa vilã inesquecível. "O Homem Proibido" também foi a primeira novela do horário das seis a ter duas trilhas sonoras lançadas, uma nacional e uma internacional. Veja a abertura da novela:




Para saber mais sobre a vida e obra de Nélson Rodrigues, entre no blog ocabidefala.com , que essa semana está publicando uma série de posts em homenagem ao centenário do dramaturgo.

E não perca a partir do próximo domingo, 26 de agosto, a volta da série "A Vida Como Ela É", que será reprisada dentro do "Fantástico".

(Post com informações dos sites Memória Globo, Teledramaturgia e Wikipédia.)


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