A entrevistada de hoje é a querida atriz Fátima Freire. Natural de Curitiba, ela foi para o Rio de Janeiro aos 19 anos batalhar pelo sonho de ser atriz. E deu certo! Fátima tem uma longa carreira no teatro, cinema e televisão e já participou de novelas de muito sucesso, sendo que uma de suas personagens mais famosas, que está presente na memória do público ainda hoje é a ciumenta Paula, da clássica "A Gata Comeu" (1985). A novela mais recente que teve Fátima no elenco é "Amor e Revolução", no ano passado. Embora ultimamente as participações de Fátima na televisão não sejam tão frequentes, ela nunca parou de trabalhar e sempre esteve no teatro. Sou um grande admirador do trabalho da atriz desde que a vi em "A Gata Comeu" e fiquei muito feliz de fazer essa pequena entrevista com ela, que fala um pouco da carreira e da grande importância da família em sua vida, entre outros assuntos. Confiram a entrevista com Fátima Freire:
FÁTIMA FREIRE - Acho que eu quis ser atriz desde criança. Aos 3 anos já me apresentava para as visitas, cantando e dançando. Na escola sempre participei de todas as peças. Aos 16 anos fui morar com a família em Genebra, na Suíça e lá me convidaram para ser modelo. Fui até capa de revista. Aos voltar a Curitiba, 1 ano depois, aos 17 anos, como morava perto da TV Paranaense, acabei convidada na rua para participar de um programa. Acabei fazendo três, inclusive um meu de entrevistas. Comecei a fazer teatro também. Aos 19 anos, depois da morte de minha mãe, vim para o Rio.
SUPER TV E MAIS! - Todos sabemos que a profissão de ator ou atriz é uma das mais difíceis e instáveis. Em algum momento você pensou em desistir de ser atriz?
FÁTIMA FREIRE - Realmente é uma carreira instável e injusta mas nunca pensei em desistir pois estaria desistindo da minha vida, de ser feliz! A batalha faz parte da vida e não sou mulher de desistir de meus sonhos. Luto por eles! Adoro trabalhar! Quando não estou com algum trabalho de atriz, trabalho com meu sítio de eventos. Tenho uma linda família também, que é meu porto seguro e me traz muitas alegrias.
SUPER TV E MAIS! - Você fez sua primeira novela em 1975, "Cuca Legal". Depois foi emendando uma novela na outra e participou de muitas produções de sucesso, como "Senhora" (1975), "Dona Xepa" (1977) e "Cabocla" (1979). Como surgiu a chance de ingressar na televisão e como foi a experiência de participar dessas novelas que hoje são consideradas clássicos de nossa teledramaturgia?
FÁTIMA FREIRE - Quando cheguei ao Rio aos 19 anos, morei com uma amiga atriz que já trabalhava e ela me levou à Globo e comecei a fazer programas de linha de Show. "Satiricom", "Planeta dos Homens", "Viva o Gordo" e etc.
Em 1975 fiz um teste com o famoso Ziembinsk e recebi meu primeiro papel numa novela, "Cuca Legal". Daí vieram várias. Tenho o maior orgulho e alegria de ter participado de novelas tão importantes, de clássicos da nossa dramaturgia.
Fátima com Edwin Luisi em "Dona Xepa" (1977) e com Roberto Bomtempo na primeira versão de "Cabocla" (1979)
SUPER TV E MAIS! - Em 1978 você participou da novela "Gina", onde contracenou pela primeira vez com Christiane Torloni, que vivia a protagonista. Infelizmente a novela não fez muito sucesso e hoje é meio esquecida, mas eu li o romance de Maria José Dupré, em que a história é baseada e gostei muito. Depois disso sempre tive muita curiosidade sobre esse folhetim. Você pode falar um pouco sobre "Gina" e como foi participar dessa novela?
FÁTIMA FREIRE - "Gina" era uma novela interessante mas não obteve muito sucesso. Foi um trabalho difícil para nós que éramos muito jovens e tivemos que fazer passagem de tempo e envelhecer. Começávamos com 17 anos, Christiane e eu, e a novela dava um pulo de 20 anos. Fazíamos mães de atrizes de nossa idade. Era uma loucura! Tinha dia que tínhamos que segurar o riso! Mas foi uma grande experiência!
SUPER TV E MAIS! - Você também participou de muitas peças de sucesso e atuou em vários filmes na década de 1970. Para você como atriz há muitas diferenças entre cinema, TV e teatro? Você tem preferência por algum dos gêneros?
FÁTIMA FREIRE - Para mim não importa o veículo, gosto é de viver personagens interessantes e que me instiguem.
Fátima Freire viveu a personagem Zelinda em "Gina" (1978).
SUPER TV E MAIS! - Em 1985 você atuou em uma das novelas de maior sucesso da Globo até hoje, "A Gata Comeu", de Ivani Ribeiro. Como foi participar desse grande sucesso e quais as principais lembranças que você guarda dessa novela?
FÁTIMA FREIRE - Fazer "A Gata Comeu" foi delicioso em todos os sentidos! Era um elenco maravilhoso com uma estória deliciosa, divertida! Foi um enorme sucesso, repetida já 2 vezes e que encantou várias gerações. Até hoje me param na rua por causa da Paula, meu personagem.
SUPER TV E MAIS! - Você a considera seu trabalho preferido na televisão?
FÁTIMA FREIRE - Não é meu melhor trabalho mas um dos melhores. Considero "Maria do Cais", um especial da rede Manchete, em que eu fazia uma mulher pobre que usava seus dons para ganhar dinheiro. Ela recebia uma pomba gira e se transformava. Foi um trabalho muito forte.
Com Nuno leal Maia em "A Gata Comeu" (1985), onde Fátima viveu Paula, uma de suas personagens mais queridas.
SUPER TV E MAIS! - Há alguém do elenco de "A Gata Comeu" com quem você mantém contato até hoje?
FÁTIMA FREIRE - Infelizmente não. A não ser pelo face, algumas vezes.
SUPER TV E MAIS! - Depois de "A Gata Comeu" você fez novelas na Manchete, na Bandeirantes e na Globo, mas passou bastante tempo afastada da TV até voltar para valer no ano passado na novela "Amor e Revolução" do SBT. Por que você ficou longe da televisão por tanto tempo?
FÁTIMA FREIRE - Nunca parei de trabalhar. Quando não fazia uma novela inteira, fiz participações e estive o tempo todo fazendo teatro. Morei por 2 anos na Califórnia também.
SUPER TV E MAIS! - Como foi participar de "Amor e Revolução", a primeira novela a se passar do começo ao fim na época da Ditadura Militar do Brasil?
FÁTIMA FREIRE - Tive um imenso prazer em participar deste trabalho. Acho que foi muito importante trazer a tona este período negro da história do Brasil. Muita gente esqueceu e a juventude conhece pouco. Meu pai, um cientista brasileiro, que era de esquerda, foi perseguido e sofri quando crianças os reflexos da ditadura.
Em "Amor e Revolução" (2011).
SUPER TV E MAIS! - Como é a sua vida no dia a dia? O que você mais gosta de fazer quando não está trabalhando?
FÁTIMA FREIRE - Tenho filhos, netos, um casamento lindo de 30 anos. Gosto de ler, sair com amigos, ver bons filmes. Tenho um sítio de festas, que toma muito do meu tempo também. Fazemos vários eventos.
SUPER TV E MAIS! - Você acompanha alguma telenovela exibida atualmente? Com quais autores gostaria de trabalhar?
FÁTIMA FREIRE - Só vejo novela para ver os trabalhos dos amigos, mas não sigo. Já trabalhei com autores maravilhosos . Acho todos excelentes.
SUPER TV E MAIS! - Você participa de alguma rede social como Twitter ou facebook para manter contato com o público que admira o seu trabalho?
Fátima Freire com sua família, que é seu porto seguro, como ela mesma diz.
FÁTIMA FREIRE - Participo do Facebook.
SUPER TV E MAIS! - Você tem algum novo projeto na TV, cinema ou teatro do qual possa falar?
FÁTIMA FREIRE - Tenho aprimorado minhas aulas de canto, pois pretendo participar de um musical. Tenho projetos para o ano que vem mas ainda não quero adiantar nada.
SUPER TV E MAIS! - Para encerrar, deixe sua mensagem para os leitores.
FÁTIMA FREIRE - Agradeço a todos pelo carinho e atenção! Um beijo enorme!
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