RECORDANDO: AS NOVELAS E SEUS REMAKES OU NOVAS VERSÕES - PARTE 1

Não é de hoje que as emissoras brasileiras e estrangeiras apostam em remakes ou novas versões de novelas de grande sucesso exibidas no passado.  Os remakes costumam ser bem sucedidos em audiência quase sempre e representam uma oportunidade de trazer de volta grandes sucessos com uma nova roupagem ou não. As novas versões de novelas antigas também são uma oportunidade para as novas gerações conhecerem as histórias e para quem viu a versão original matar as saudades ou criticar, já que muitos se sentem incomodados com os remakes por verem outros atores vivendo personagens consagrados por outros intérpretes ou por acharem a versão antiga melhor.

O fato é que nesses mais de 60 anos de televisão no Brasil, muitas novelas já ganharam remakes ou novas versões que tomaram como base a primeira versão para contar outra história. A partir de hoje no blog vamos relembrar algumas novelas que ganharam remakes e novas versões no Brasil e até no exterior.

Confiram:

ÉRAMOS SEIS (1958, 1967, 1977 e 1994)

O clássico romance de Maria José Dupré foi adaptado várias vezes para a televisão. A primeira adaptação aconteceu em 1958 antes do surgimento do videotape, na TV Record. Em 1967 a TV Tupi realizou outra adaptação, mas a versão de maior sucesso do livro seria apresentada em 1977 também na Tupi e foi escrita por Sílvio de Abreu e Rubens Edwald Filho. Nicette Bruno fez muito sucesso como a protagonista dona Lola. Em 1994 foi a vez do SBT realizar outra versão da novela, com Irene Ravache no papel principal. "Éramos Seis" é uma das novelas de maior sucesso do SBT e considerada quase por unanimidade a melhor novela já produzida na emissora de Sílvio Santos.

GABRIELA (1960, 1975 e 2012)

Muitas pessoas não sabem, mas antes de ser exibida pela primeira vez na Globo, "Gabriela, Cravo e Canela", de Jorge Amado, teve uma versão produzida pela TV Tupi em 1960, quando a telenovela brasileira ainda nem era diária. Janete Vollu foi a primeira Gabriela da TV brasileira. A versão da Globo de 1975, escrita por Walter George Durst, com Sônia Braga no papel principal, dispensa apresentações e se tornou a versão de maior sucesso do romance de Jorge Amado. Em 2012 Walcyr Carrasco escreveu uma nova versão de "Gabriela", com Juliana Paes vivendo a personagem-título. 

25499-OCUPADO (1963) E LOUCA PAIXÃO (1999)

"25499-Ocupado", exibida pela extinta TV Excelsior, é mais lembrada apenas por ter sido a primeira novela diária da televisão brasileira. A novela foi protagonizada por Tarcísio Meira e Glória Menezes e não fez muito sucesso. Apesar disso, em 1999 a Record produziu um remake da novela, que recebeu o nome de "Louca Paixão" e teve karina Barum e Maurício Mattar nos papéis principais.

O DIREITO DE NASCER (1964, 1978, 1982 e 2001)

A melodramática radionovela "O Direito de Nascer", de Félix Caignet, fez muito sucesso no rádio antes de ser adaptada para a TV. A primeira versão da novela foi exibida em 1964 na TV Tupi e transformou-se numa das primeiras novelas de grande sucesso da televisão brasileira. Em 1978 a Tupi exibiu uma nova versão da novela, sem repetir o sucesso da primeira. "O Direito de Nascer" também teve uma versão mexicana em 1982, que foi exibida no Brasil pelo SBT. Em 2001 o SBT exibiu sua própria versão de "O Direito de Nascer". protagonizada por Guilhermina Guinle, a novela também não teve muito sucesso.

A DEUSA VENCIDA (1965 e 1980)

Ivani Ribeiro é a autora que mais escreveu remakes de suas grandes novelas. A primeira versão de "A Deusa Vencida" foi exibida na TV Excelsior em 1965 e fez muito sucesso. Quinze anos depois em 1980, Ivani reescreveu a novela na TV Bandeirantes. A nova versão também foi bem sucedida e bastante elogiada.

EU COMPRO ESSA MULHER e YO COMPRO ESA MUJER (1965 e 1990)

"Eu Compro Essa Mulher" (1965), de Glória Magadan, foi uma das primeiras novelas da Globo a fazer sucesso. Em 1990 a novela ganhou um remake no México. A nova versão foi exibida no Brasil pelo SBT, é claro!

A MORENINHA (1965 e 1975)

"A Moreninha", de Joaquim Manoel de Macedo, teve duas versões na Globo. A primeira delas foi protagonizada por Marília Pêra e exibida em 1965. Dez anos depois estreava no horário das seis uma nova versão da novela, escrita por Marcos Rey. A versão de 1975 foi protagonizada por Nívea Maria e fez muito sucesso.

A INDOMÁVEL (1965), O MACHÃO (1974) E O CRAVO E A ROSA (2000)

"A Megera Domada", de Shakespeare, deu origem à várias novelas de sucesso. Em 1965 Ivani Ribeiro escreveu "A Indomável", um clássico da TV Excelsior. Dez anos depois, a Tupi apresentou outro grande sucesso baseado na peça: "O Machão", escrita por Ivani Ribeiro e Sérgio Jockyman. Walcyr Carrasco também usou a história de Shakespeare para escrever "O Cravo e a Rosa" (2000), novela de  grande audiência no horário das seis da Globo.

O TEMPO E O VENTO (1967 e 1985)

A clássica história de Érico Veríssimo foi uma novela de sucesso na TV Excelsior em 1967. Em 1985 a Globo produziu uma minissérie de grande repercussão também baseada no livro.

O TERCEIRO PECADO (1968) E O SEXO DOS ANJOS (1989)

"O Terceiro Pecado" (1968), de Ivani Ribeiro, foi uma das grandes novelas da TV Excelsior, mas o remake, que ganhou o nome de "O Sexo dos Anjos" (1989) e foi escrito pela própria autora, não fez muito sucesso no horário das seis na Globo.

ANTÔNIO MARIA (1968 e 1985)

"Antônio Maria", de Geraldo Vietri, foi exibida em 1968 e é uma das novelas mais clássicas da TV Tupi. Em 1985 a TV Manchete produziu um remake da história. Foi a primeira novela da emissora, mas não repetiu o sucesso da versão original.

A MURALHA (1968 e 2000)

"A Muralha" foi uma das novelas mais bem sucedidas da TV Excelsior. Escrita por Ivani Ribeiro em 1968, a novela era baseada no romance homônimo de Dinah Silveira de Queirós. Em 2000 em comemoração aos 500 anos do descobrimento do Brasil, a obra ganhou uma nova adaptação em formato de minissérie na Globo. Escrita por Maria Adelaide Amaral, a minissérie foi uma super produção e fez muito sucesso.

A PEQUENA ORFÃ (1968), SONHO MEU (1993) E PROVA DE AMOR (2005)

A extinta TV Excelsior é responsável por grandes sucessos da teledramaturgia na década de 1960. Uma dessas novelas é "A Pequena Orfã" (1968), de Teixeira Filho, que conquistou os telespectadores. Em 1993 Marcílio Moraes usou "A Pequena Orfã" e "Ídolo de Pano" (outra novela de Teixeira Filho, exibida na Tupi em 1974) para escrever "Sonho Meu", novela das seis de muito sucesso na Globo. Tiago Santiago também usou a história de "A Pequena Orfã" em sua novela "Prova de Amor", exibida na Record em 2005.

SANGUE DO MEU SANGUE (1969 e 1995)

"Sangue do Meu Sangue" (1969), de Vicente Sesso, foi o último grande sucesso de audiência da TV Excelsior, que já estava em crise financeira.  Em 1995 o SBT produziu um remake da novela, mas a nova versão não foi bem sucedida em audiência e nunca foi reprisada.

VÉU DE NOIVA (1969) E VENDE-SE UM VÉU DE NOIVA (2010)

Com "Véu de Noiva" (1969), grande sucesso de Janete Clair, a Globo abandonava as telenovelas com temáticas distantes da realidade brasileira e passava a investir numa linha de histórias mais realistas. Em 2010, a novela ganhou um remake no SBT. Escrita por Íris Abravanel, a nova versão foi chamada de "Vende-se um Véu de Noiva", mesmo nome da radionovela de Janete Clair que originou a versão da Globo. O remake no SBT foi um fracasso de audiência.

Essa foi a primeira parte do "Recordando" sobre Novelas e seus remakes. Clique aqui para ler a segunda parte e aqui para ler a terceira.