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segunda-feira, 30 de abril de 2012

ENTREVISTA: ALCIDES NOGUEIRA - 2ª PARTE (FINAL)


Hoje dou continuidade ao bate-papo com o grande autor Alcides Nogueira. Nessa segunda e última parte da entrevista, ele fala sobre sua última novela, "O Astro", elege seus trabalhos preferidos e também conta um pouco de seus próximos projetos na televisão e no teatro. Espero que gostem e quero aproveitar para agradecer ao Alcides pela  gentileza de me dar essa entrevista. Ele foi muito simpático desde o início e aceitou na hora responder a todas as perguntas. Adorei fazer a entrevista e espero que todos os telemaníacos tenham gostado. Muito obrigado, Alcides! Desejo muito sucesso para você nos seus próximos trabalhos!

 Leiam a última parte da entrevista:

SUPER TV E MAIS! - Como você se sentiu ao receber o convite para escrever a nova versão de "O Astro", um clássico de Janete Clair, que inaugurou o horário das 23 horas?

ALCIDES -  Foi um presente que o Roberto Talma deu ao Geraldo Carneiro e a mim. Sempre quis trabalhar com Talma, que é uma das pessoas que fazem a diferença em nossa televisão. Já tinha sido parceiro de Geraldo (foto à esquerda), quando fizemos, com Maria Adelaide Amaral, o "JK". Geraldo e eu trafegamos por universos muito parecidos. Fora ser uma pessoa maravilhosa. É um privilégio estar com ele. Nós dois contamos com a colaboração preciosa de Tarcísio Lara Puiati e Vitor Oliveira (foto à direita), dois jovens autores de muito talento. A direção-geral foi do Mauro Mendonça Filho, com quem já tinha trabalhado em "Força de um Desejo". Estava tudo em família. Fora o elenco, de primeiríssima qualidade. Nem vou citar nomes, com medo de omissões, o que seria muito desagradável. Mas foi um dream-team! E o mais importante: nós estávamos fazendo uma nova leitura de uma das mais emblemáticas novelas de Janete. Foi um desafio... mas instigante. E eu gosto disso!


SUPER TV E MAIS! - Foi difícil resumir os 185 capítulos da novela original a apenas 64, ou isso acabou ajudando, já que deu uma agilidade maior à novela? Você precisou fazer muitas mudanças na história?

ALCIDES - Nada é fácil na teledramaturgia. A Globo, desde o início, deu toda a liberdade para que Geraldo e eu mexêssemos na história. E nós mexemos pra valer! Conservamos os pilares da história da Janete e modificamos personagens e tramas, para que a história não ficasse anacrônica. E, sem dúvida, os 64 capítulos ajudaram - muito - a agilizar a trama, eliminando as gorduras. Fiquei muito feliz quando Daniel Filho, nosso Salomão, e que foi o diretor da versão original, afirmou que gostava muito da nova leitura. Um aval valioso! 

SUPER TV E MAIS! - Você gostou de escrever para o horário das 11? Acha que esse horário veio para ficar?

ALCIDES - Gostei muito. O autor se sente muito mais livre para abordar temas polêmicos... e até para criar os diálogos. Espero que o horário tenha vindo para ficar. Todo mundo ganha com isso: autores, espectadores, elenco... Há mais espaço para a experimentação, para interpretações densas... Enfim, é o resgate de uma teledramaturgia mais ousada (no bom sentido).

Francisco Cuoco e Rodrigo Lombardi: os dois Herculanos Quintanilha.


SUPER TV E MAIS! - Elisabeth Savalla, que fez a Lili na primeira versão de "O Astro", disse em uma entrevista que acha o horário das 23 horas muito tarde para uma novela, pois várias pessoas que trabalham precisam dormir mais cedo e não podem assistir. Eu mesmo, que acompanhei "O Astro" do começo ao fim, confesso que foi difícil assistir a alguns capítulos por começarem muito tarde, principalmente os das quartas-feiras, que iam ao ar perto de meia-noite por causa do futebol. Você acha que a repercussão da novela teria sido ainda maior se ela tivesse sido exibida mais cedo, por exemplo depois da novela das nove?

ALCIDES - Sem dúvida alguma, o horário, nesse ponto, não é muito confortável. Ouvi muitos comentários como o da Savala e o seu. Mas a que horas entraria esse novo produto teledramatúrgico? Depois da novela das 21 não seria muito bom, pois haveria uma verdadeira overdose novelística (rsrsrs). O problema é mais simples: se a novela das 23 entrasse REALMENTE às 23, a situação seria outra. O problema é que, cada dia, entra em um horário... Principalmente quando há futebol. Ainda bem que não pegamos o BBB (como aconteceu com "Um Só Coração" e "JK"... Aí é triste). Futebol segura audiência, mas reality show é mais complicado. Eu nem assisto. Não gosto. 

Elisabeth Savalla, a Lili de 1977, e Alinne Moraes, a Lili de 2011.

SUPER TV E MAIS! - Todo autor quer que seu trabalho faça sucesso. Você se preocupa muito com o IBOPE? É do tipo que faz muitas mudanças nas histórias de acordo com a audiência?

ALCIDES - Sem dúvida todo autor quer que seu trabalho faça sucesso, seja reconhecido, comentado, tenha uma grande audiência... Eu me preocupo, sim, com audiência. Mas hoje essa questão tem de ser pensada de outra maneira. A medição não pode ser mais a tradicional. Outras mídias surgiram ocupando muito espaço, e há a internet. Eu gosto de ver minhas novelas em tempo real, como espectador. Mas, às vezes, não dá. É preciso terminar um capítulo, resolver uma situação... Então, gravo, ou vejo na internet. Com quantas pessoas isso não acontece? Principalmente em horários como o das 18 (está cada vez mais difícil chegar em casa nessa hora, por causa do trânsito caótico) ou o das 23 (por ser tardio). Então, os institutos precisam buscar outros parâmetros de mediação. Fora isso, o país mudou muito. Houve uma grande inclusão social (ainda bem!). Se, por um lado, tudo isso é claro na minha cabeça, por outro eu fico meio sem saber que tipo de mudança deve ser feita. Voltando ao início da pergunta: se quero o sucesso, preciso que o espectador se interesse pela trama. Como? Não é fácil, não.

SUPER TV E MAIS! -  De todos os seus trabalhos na televisão, você consegue escolher um preferido?

ALCIDES - Aqui entra a velha história de que todos os filhos são amados. Mas gosto, particularmente, de "Força de um Desejo", "Ciranda de Pedra" e "Um Só Coração". Pode parecer estranho eu não citar "O Astro". É que ainda não houve tempo para a depuração. Mas, com certeza, entrará para os meus trabalhos preferidos.

SUPER TV E MAIS! - Com quais atores e atrizes você tem vontade de trabalhar em alguma novela e ainda não teve a chance?

ALCIDES - Trabalhei com atrizes e atores maravilhosos, alguns nem tão conhecidos do grande público! Sou um autor privilegiado. Eu gostaria, isso sim, de repetir algumas parcerias. Não vou citar nomes, pois posso cometer alguma omissão, e seria leviano e deselegante.

SUPER TV E MAIS! - Você vê muita televisão? O que mais gosta de assistir? E o que te faz passar longe da TV?

ALCIDES - Assisto a poucos programas. Sempre foi assim. Mas vejo, sempre que posso, as telenovelas que estão no ar. É importante um autor estar por dentro do que acontece na teledramaturgia. Vejo algumas séries e minisséries e telejornais. Gosto muito das séries americanas (nem todas, mas fiquei viciado em "Mad Men", por exemplo). Eu fujo de programas sensacionalistas, de alguns talk-shows de quinta categoria e de programas religiosos. E dos realities. Eu era um espectador fiel da TV Cultura de São Paulo. Infelizmente ela foi sucateada pelo governo do estado e se tornou um ninho tucano. Deixei de ver.

Alcides é viciado na série "Mad Men".


SUPER TV E MAIS! Antes de "O Astro", você apresentou a sinopse de uma novela para o horário das 18 horas. Essa novela será produzida? Se sim, quando poderemos assisti-la?

ALCIDES - Quando surgiu o convite para "O Astro", a sinopse foi para segundo plano. É uma história minha e do Mario Teixeira. Está sendo remodelada, porque muita coisa que tínhamos em mente já surgiu em outras produções (a TV é muito ágil). Espero que venha a ser produzida. O Mario é um grande parceiro e um autor maravilhoso! Se aprovada, provavelmente só irá para o ar em 2013.

SUPER TV E MAIS! - Enquanto você não volta a televisão, há algum novo projeto no teatro?

ALCIDES -  Eu não fico parado. Além da sinopse com o Mario Teixeira, penso em uma outra, para minissérie... e também em apresentar um projeto para o horário das 23 (afinal, sou um dos pais dele, rsrsrsrs). Quanto ao teatro, ando meio de mal com a cena brasileira. Há muita gente boa surgindo. Novos autores, atores/atrizes, diretores... Mas o teatro, em si, continua sendo o primo pobre da cultura brasileira. Essa política de viver com o pires na mão deprime qualquer um. Mesmo assim, o palco me fascina, me chama, e, mesmo me massacrando, é o meu lugar no mundo. Há mais de vinte anos venho gestando uma peça. Talvez saia da cabeça e seja encenada... A ver!

Ana Paula Arósio em "Um Só Coração", um dos trabalhos preferidos de Alcides Nogueira.

SUPER TV E MAIS! - Para terminar, te agradeço muito pela entrevista! Deixe sua mensagem para os leitores do blog!

ALCIDES - Eu é que agradeço. Fiquei muito feliz com essa "conversa", que me provocou tantas lembranças... É sempre muito bom falar de nosso ofício, principalmente quando as perguntas são inteligentes e sensíveis. Seu blog cumpre um papel importantíssimo. A mídia impressa perdeu muito da sua importância. Muito melhor dialogar com blogueiros... pois os internautas estão sempre antenados. Espero ter contribuído, mesmo modestamente, para que a teledramaturgia continue sempre viva e interessante. Beijos!



sábado, 28 de abril de 2012

NOVELAS COM TRÊS PROTAGONISTAS FEMININAS

A nova novela das sete, "Cheias de Charme", conta a história de três mulheres fortes que lutam para realizarem seus sonhos e serem felizes. Penha (Taís Araújo), Rosário (Leandra Leal) e Cida (Isabelle Drummond) são as três protagonistas da história. Hoje no blog vamos relembrar algumas novelas que também tiveram três mulheres como protagonistas.

1 - AS TRÊS MARIAS (1980)


Baseada no romance homônimo de Raquel de Queirós, a novela de Wilson Rocha e Walther Negrão contava a história das amigas Maria José (Gloria Pires), Maria Augusta (Nádia Lippi) e Maria da Glória (Maitê Proença), que estudavam em um colégio na Suíça e eram conhecidas como as três marias. Ao se reencontrarem no Rio de Janeiro, elas se apaixonavam pelo mesmo homem, Lucas (Kadu Moliterno). Vejam a abertura da novela:



2 - CIRANDA DE PEDRA (1981 e 2008)


O romance de Lygia Fagundes Telles foi transformado em novela duas vezes, em 1981 por Teixeira Filho e em 2008 por Alcides Nogueira. A novela conta a história de três irmãs: a doce Virgínia (Lucélia Santos na primeira versão, e Tammy Di Calafiori na segunda), a debochada Otávia (Priscila Camargo e Ariela Massoti) e a recatada Bruna (Silvia Salgado e Ana Sophia Folch). Filhas de Laura (Eva Wilma e Ana Paula Arósio), as três tinham vários conflitos entre si, mas também se amavam e davam apoio uma às outras. Veja as lindas aberturas da primeira e da segunda versão da novela:







3 - ESSAS MULHERES (2005)


Uma das melhores novelas da Record, "Essas Mulheres" foi escrita por Marcílio Moraes e se baseava em três romances de José de Alencar: "Senhora", "Diva" e "Lucíola". Acompanhamos ao mesmo tempo as histórias de Aurélia (Christine Fernandes), que resolve casar e "compra" um marido, Fernando (Gabriel Braga Nunes) que a abandonou no passado; Maria da Glória (Carla Regina), que se torna cortesã e muda seu nome para Lúcia; e Mila (Miriam Freeland), jovem rebelde que vive em conflito com a família. A novela foi uma excelente forma de homenagear a obra do grande José de Alencar e foi muito elogiada pela crítica.



4 - TRÊS IRMÃS (2008)


A novela de Antonio Calmon contava a história das irmãs Jequitibá Dora (Cláudia Abreu), Alma (Giovanna Antonelli) e Suzana (Carolina Dieckman), cada uma às voltas com seus próprios dramas, mas todas permaneciam sempre unidas ao lado da mãe, Virgínia (Ana Rosa). Praiana como outras novelas de Calmon, com o surfe como um dos temas principais, "Três Irmãs" não fez sucesso e é a novela de pior audiência do horário das sete: apenas 24 pontos de média geral.



Essas foram algumas novelas que tiveram três protagonistas femininas. Todas contam histórias de mulheres determinadas e unidas pela amizade. Novelas assim costumam render boas histórias. Vamos ficar de olho em "Cheias de Charme" e aguardar as emoções dos próximos capítulos!






quarta-feira, 25 de abril de 2012

TIETA: UMA NOVELA CLÁSSICA!



Sou fã da teledramaturgia brasileira e uma das novelas que eu mais tinha vontade de assistir foi ao ar em 1989, quando eu nem era nascido. Trata-se de "Tieta", novela de Aguinaldo Silva, Ricardo Linhares e Ana Maria Morethzon, baseada no romance "Tieta do Agreste", de Jorge Amado. Sempre que via alguma cena da novela no "Vídeo Show" (geralmente a cena do último capítulo, onde Perpétua diz: "eu mato essa quenga com minhas próprias mãos"), minha vontade de assisti-la aumentava ainda mais, pois tinha certeza que era tão ou mais divertida que outras novelas de Aguinaldo Silva, como "A Indomada".

No final do ano passado achei na internet a versão de 2002 exibida em Portugal em 140 capítulos e comecei a assistir. Terminei de ver a novela essa semana e me diverti muito durante esses 140 capítulos.

"Tieta" merece a fama de novela clássica que carrega, não só por ter sido um grande sucesso de audiência, mas por ser uma novela tão bem feita, com personagens ricos, bem construídos e inesquecíveis, sem contar o ótimo elenco. "Tieta" tem o mesmo estilo das outras novelas regionalistas de Aguinaldo Silva: a trama se passa em uma cidadezinha do interior do Nordeste (Santana do Agreste, na Bahia), traz personagens caricatos e cheios de sotaque, situações engraçadas e até meio absurdas e uma pitada de realismo fantástico.

Muitos são os destaques de "Tieta", mas as personagens femininas são as mais fortes e bem definidas, a começar pela exuberante Tieta, vivida brilhantemente por Betty Faria, que volta à cidade de Santana do Agreste vinte anos depois de ter sido expulsa pelo pai, Zé Esteves (Sebastião Vasconcelos). Ela chega rica e disposta a se vingar de todos que a humilharam. Com ela vem Leonora (Lídia Brondi), sua suposta enteada, mas o que todos ignoram é que Tieta é cafetina em São Paulo e Leonora é apenas uma de suas meninas. A chegada de Tieta agita a vida dos moradores da cidade e ela se envolve com o próprio sobrinho, o seminarista Ricardo (Cássio Gabus Mendes), filho da beata Perpétua (Joana Fomm), invejosa irmã de Tieta que a detesta.

Joana Fomm fez de Perpétua a personagem mais divertida da novela. As cenas de briga entre ela e Tieta são hilárias, assim como as cenas em que Perpétua olha a misteriosa caixa branca. Aguinaldo Silva  disse que não revelou o conteúdo da caixa branca, e nem precisava, pois ao longo da novela são feitas várias insinuações do que pode ter na caixa e quem prestou atenção  não tem dúvidas a respeito do que Perpétua escondia lá dentro... (risos).

Perpétua fingindo-se de cega, uma de suas muitas armações na novela.

Além de Tieta e Perpétua, gostei muito de Carmosina (Arlete Salles), que passou a novela quase toda virgem, Dona Milu (Miriam Pires), que tinha o famoso bordão "mistério"; Elisa (Tássia Camargo), sonhadora irmã de Tieta e Perpétua, e Tonha (Yoná Magalhães), mãe de Elisa e madrasta de Tieta e Perpétua que sofria muito nas mãos do velho Zé Esteves. Também fez sucesso o Coronel Artur da Tapitanga (Ary Fontoura), que explorava várias garotas a quem chamava de "rolinhas" e os "cavalheiros do Apocalipse", os amigos Ascânio (Reginaldo Faria), Osnar (José mayer), Timóteo (Paulo Betti) e Aminthas (Roberto Bomfim), que viviam bebendo juntos. Não dá pra esquecer também a famosa mulher de branco, "assombração" que atacava os homens da cidade de madrugada. Enfim, são muitos personagens marcantes, não dá para falar de todos.

Adorei a novela, gostei muito mesmo. Aproveitei e li também o romance e pude perceber que ele e a novela são muito diferentes. Aguinaldo não teve medo de mexer no livro e criou praticamente uma nova história com várias tramas e personagens inexistentes no romance, mas a sensualidade, a crítica social e o clima irônico de Jorge Amado foram preservados e tornam a novela irresistível. 

"Tieta" foi a primeira novela exibida após o fim da Censura e ousou muito ao mostrar uma mulher (Isadora Ribeiro) totalmente nua na abertura, algo impensável nos dias de hoje. A novela também tem cenas de nudez e diálogos eróticos e de duplo sentido que "chocariam" a atual classificação indicativa. Aguinaldo também abordou o fanatismo religioso através do pastor Hilário (Jorge Dória), que criava uma igreja e explorava os pobres de Santana do Agreste cobrando altos dízimos. Assistindo "Tieta" só percebemos o quanto a TV de hoje em dia ficou careta, pois várias cenas e situações mostradas na novela, jamais seriam permitidas pela atual classificação indicativa, a nova Censura. Houve um grande retrocesso nessa questão.

No entanto, nem tudo é perfeito em "Tieta". Na novela, Tieta vem para se vingar do povo do Agreste, mas no decorrer da história essa vingança vai se diluindo até ser totalmente esquecida. Era uma vingança meio sem sentido e os próprios autores perceberam isso e a tiraram da história, pois Tieta é uma pessoa do bem, sem maldade no coração. Em vez de se vingar, ela faz é ajudar o povo da cidade. As cenas dos cavalheiros do apocalipse também ficam monótonas e cansativas em alguns momentos, pois eles só bebem e falam da vida das pessoas da cidade.

Mas esses pequenos deslizes não chegam a comprometer a qualidade da novela. "Tieta" é uma novela atemporal, não envelhece nunca e é capaz de seduzir em qualquer época. O próprio Aguinaldo Silva a considera seu melhor trabalho na televisão. São novelas como "Tieta" que desmentem a teoria de Aguinaldo de que "novela é um produto tão descartável quanto o jornal de ontem". Não é. Há novela inesquecíveis que marcam para sempre e "Tieta" é uma delas.


segunda-feira, 23 de abril de 2012

ENTREVISTA: ALCIDES NOGUEIRA - 1ª PARTE


Hoje o entrevistado do blog é o autor Alcides Nogueira. Paulista da cidade de Botucatu, Alcides é formado em direito, mas seguiu a carreira de dramaturgo. É autor de muitas peças, entre elas, "Feliz Ano Velho", adaptada do livro de Marcelo Rubens Paiva, que foi seu maior sucesso. Na televisão, Alcides começou escrevendo episódios de  programas como "Caso Verdade" (1983) e "Joana" (1984). Em 1985 foi colaborador de Walther Negrão em "Livre Para Voar" e no logo depois escreveu sua primeira novela, "De Quina Pra Lua", a partir de um argumento de Benedito Ruy Barbosa. Depois disso não parou mais e  escreveu as novelas "O Amor Está No Ar" (1997), "Ciranda de Pedra" (2008) e "O Astro" (2011), como autor principal. Também realizou muitas parcerias com outros autores, como Sílvio de Abreu ("Rainha da Sucata", "A Próxima Vítima"), Lauro César Muniz ("O Salvador Da Pátria"), Gilberto Braga ("Força De Um Desejo") e Maria Adelaide Amaral ("Um Só Coração" e "JK"). Alcides Nogueira é generoso como ser humano e como autor. Ele é muito admirado  pela gentileza com que trata a todos e eu sou um dos seus muitos admiradores. Nessa primeira parte da entrevista concedida gentilmente para o "Super TV e Mais", ele fala sobre sua paixão pelo teatro e televisão, de suas primeiras novelas e parcerias com outros autores, entre outras coisas. Confira:

SUPER TV E MAIS! -  Você começou sua carreira no teatro escrevendo peças de muito sucesso, como "Lua de Cetim" (1981) e "Feliz Ano Velho" (1983). Quais as principais diferenças de escrever para o teatro e para a televisão? Você tem preferência por um dos gêneros?

ALCIDES - São dois veículos muito distintos, mas gosto de ambos. O teatro é uma celebração. Cada apresentação é única. A novela não acontece em tempo real. É gravada. Mas alcança um número infinitamente maior de pessoas do que o teatro. Mas, de uma forma ou de outra, ambos se complementam. Ao menos no meu caso, isso aconteceu. A televisão deixou o meu teatro mais ágil... e o teatro me deu elementos para buscar uma teledramaturgia mais densa, mais estofada.

Denise Del Vecchio e Elias Andreato em "Lua de Cetim".

SUPER TV E MAIS! - Sua primeira novela, "De Quina Pra Lua" (1985) foi escrita a partir de um argumento de Benedito Ruy Barbosa. Li em alguns sites que você  disse que ainda não se sentia totalmente preparado para escrever uma novela e que não ficou satisfeito com o resultado dela. Por que você acha que ainda não estava preparado? Você se arrepende de ter feito a novela?

ALCIDES - Não, não me arrependo de ter escrito "De Quina Pra Lua". Mas não a considero minha primeira novela solo. Da novela, a melhor lembrança é o elenco. Tenho por todos que participaram da novela um carinho muito grande. Realmente eu não me sentia preparado. Ainda precisava de mais tempo como colaborador (que é a grande escola). Ou, talvez, se o argumento fosse meu e eu pudesse "inventar" a história à minha maneira... Não sei exatamente. Mas foi um exercício. Foi um momento que fez parte do meu aprendizado. Como disse um dia à Beth Savala (que fazia a Mariazinha) nós nos divertimos muito. 

SUPER TV E MAIS! - Sua novela "O Amor Está no Ar" apesar de não ter sido bem sucedida em audiência, é muito lembrada por abordar vida em outros planetas. Como surgiu a ideia de mostrar extra-terrestres na novela?

ALCIDES - Eu gosto muito de "O Amor Está no Ar" e a considero uma novela subestimada. Talvez ela tenha sido ousada na época. Não por tratar de ETs, mas por abordar o romance entre o a mãe (Betty Lago) e o namorado (Rodrigo Santoro) da filha desaparecida. O ET não era para ser mostrado. Era uma insinuação. Deveria ficar no ar se realmente Luiza (Natália Lage) tinha sido abduzida ou não... e se João (Eriberto Leão) era um alienígena ou um ser humano como todos nós.  Mas havia outras tramas muito interessantes: o núcleo judaico, o núcleo circense... Enfim, a novela tinha boas histórias, além de uma trama central forte. A questão da audiência é sempre uma incógnita. Já se passaram quinze anos da estreia, e vejo que muitos blogs se interessam pela novela. Fico feliz com isso.  

Natália Lage e Eriberto Leão em "O Amor Está No Ar".

SUPER TV E MAIS! -  Você já realizou parcerias em novelas e minisséries com autores como Gilberto Braga, Maria Adelaide Amaral e Silvio de Abreu. Quando se trata de dois autores de estilos diferentes, é difícil adequar o estilo de um ao do outro para dar um tom mais homogêneo ao trabalho?

ALCIDES -  As parcerias só dão certo quando os autores possuem uma afinidade bem grande entre si. Tive sorte. Sempre existiu uma sintonia muito fina entre mim e eles (principalmente os que você citou, e também com Lauro Cesar Muniz), o que acaba com o problema de "estilos diferentes".

SUPER TV E MAIS! - Quais as vantagens e desvantagens de trabalhar em co-autoria? Já aconteceu de você e outro autor discordarem a respeito de alguma coisa?

ALCIDES - Hoje é impensável trabalhar SEM co-autoria. A novela se tornou um produto complexo. Não se trata somente da escrita, mas da administração de uma estrutura muito grande. Isso "rouba" um tempo que deveria ser dedicado à criação. Com uma boa equipe, azeitada, com co-autores e colaboradores afinados entre si, isso fica mais fácil e ágil. Até hoje eu não entrei em choque com ninguém, o que tem sido muito bom. Claro que há discussões, pontos de vista diferentes... Mas tudo faz parte desse processo criativo, que exige muito da equipe toda. Os autores têm a pele muito fina, e, quando criam, os poros abrem ainda mais.

SUPER TV E MAIS! -  Você já escreveu vários trabalhos de época e contemporâneos. É verdade que é mais difícil escrever novelas e minisséries de época? Quais as principais dificuldades?

ALCIDES - Eu gosto muito mais de escrever histórias de época, tanto em novelas quanto em minisséries. Acho que remetem o espectador a um clima mais onírico, onde a fantasia impera. E o fato de a ação se passar em determinada época não diminui o enfoque que você pretende dar às tramas. É tudo uma questão de armar as histórias. Por tudo isso, novelas e minisséries de época são mais difíceis de serem escritas. A começar pela pesquisa, que precisa ser rigorosa, para não confundir ou frustrar o espectador.

"Força De Um Desejo" (1999), novela de Alcides Nogueira em parceria com Gilberto Braga.

SUPER TV E MAIS! - "Ciranda de Pedra" é ao lado de "Força de um Desejo", meu trabalho preferido de sua autoria. Adoro o livro e gostei muito da adaptação que você fez, mas li em algumas críticas que a história de "Ciranda de Pedra" é muito forte e densa para o horário das seis da tarde e que talvez a adaptação ficasse melhor em uma minissérie, que é exibida mais tarde, o que permitiria que você abordasse com mais liberdade alguns temas polêmicos que aparecem no romance, como a homossexualidade da personagem Letícia. Você concorda com isso?

ALCIDES -  Concordo. O livro da Lygia Fagundes Telles é visceral. Ela verticaliza os conflitos dos personagens. Procurei ser bastante fiel a esse espírito. Mas, mesmo assim, precisei amenizar muitas situações. O horário das 18 não é o mais apropriado para se tratar de eutanasia, suicídio, doenças mentais, homossexualidade etc... Gosto muito do resultado final, mas tenho certeza de que ele seria melhor e mais contundente se a história tivesse o formato de minissérie, exibida em outro horário (o das 23, por exemplo). Quanto a "Força de um Desejo", Gilberto e eu conseguimos diluir os pontos mais complexos, sem perder a fluidez da narrativa. 

Ana Paula Arósio, Thammy Di calafiori, Ariela Massoti e Ana Sophia Folch  "Ciranda de Pedra" (2008).

SUPER TV E MAIS! - Achei muito bonita a dedicatória que você fez no último capítulo de "Ciranda de Pedra" para a autora do livro, Lygia Fagundes Telles. Você sabe se ela  acompanhou a novela, se aprovou a adaptação?

ALCIDES -  Lygia e eu somos vizinhos e amigos. Já nos conhecíamos. Sempre tive por ela uma admiração imensa, como autora e como pessoa. Conversamos muito quando eu estava montando a sinopse, mostrei a ela onde mexeria - e quais as razões para isso - e Lygia sempre concordou. Fora que ela é noveleira assumida (rsrs). Isso é ótimo! Durante todo o tempo em que "Ciranda de Pedra" esteve no ar, nós trocamos muitas figurinhas. Se há algo que me deixa feliz foi contar com a cumplicidade da grande dama da literatura brasileira.



Termina aqui a primeira parte da entrevista com Alcides Nogueira. Aguardem a segunda parte, semana que vem, onde ele fala entre outros assuntos, de seus próximos projetos na televisão e no teatro.



sábado, 21 de abril de 2012

DICA DE FILME DA SEMANA: "A MALVADA" (1950)


A dica de filme da semana é um clássico do cinema, "A Malvada" ("All About Eve"), de 1950 estrelado por Bette Davis e Anne Baxter e dirigido por Joseph L. Mankiewicz. "A Malvada" tem como tema principal os bastidores do teatro e é o filme com maior número de indicações ao Oscar até hoje, 14, dos quais venceu 6, incluindo Melhor Filme.

Bette Davis é Margo Channing, uma grande atriz da Broadway que se sente insegura porque está envelhecendo e acha que não conseguirá mais bons papéis. Sua vida muda quando Eve Harrington (Anne Baxter), aparentemente sua maior fã, se aproxima dela e consegue trabalhar na sua casa. Com uma dedicação extrema, Eve cuida dos negócios de Margo, mas aos poucos a atriz percebe que o objetivo dela é tomar seu lugar nos palcos. Eve usa seu jeito ingênuo para manipular as pessoas a seu favor e conseguir o que quer. Ela se torna uma  atriz famosa e consegue realizar seu desejo, mas não é totalmente feliz.

Com um roteiro excepcional e um grande elenco, "A malvada" é cheio de cenas inesquecíveis. Minhas cenas preferidas são a sequência da festa na casa de Margo, onde Marilyn Monroe faz uma pequena participação e Margo diz a famosa frase: "Apertem os cintos, vai ser uma noite turbulenta", e a cena em que Margo faz um grande escândalo ao chegar ao teatro e descobrir que Eve fez a leitura de um texto em seu lugar e conquistou os elogios de todos (O melhor diálogo do filme na minha opinião, cheio de frases marcantes sobre o mundo do teatro). Também gosto muito das cenas em que Margo conversa com Karen (Celeste Holm), mulher do roteirista Lloyd (Hugh Marlowe), enquanto o carro está parado na estrada, e a cena final, onde Eve, depois de ter conseguido o que quer e ter inclusive ganhado um importante prêmio do teatro, chega ao hotel e encontra uma fã sua, Phoebe (Barbara Bates), que também aparenta ser obcecada pela fama, o que sugere uma repetição de tudo o que Eve fez com Margo.

Anne Baxter, Bette Davis, Marilyn Monroe e George Sanders em cena no filme.

O grande destaque do filme é Bette Davis, claro, que fez de Margo uma das personagens mais emblemáticas da história do cinema, mas Anne Baxter também merece elogios por sua atuação como a ambiciosa Eve. George Sanders é outro destaque como o implacável crítico Addison DeWitt, que persegue Margo e ajuda Eve a conquistar o que quer, para depois chantageá-la. E Thelma Ritter, uma das maiores coadjuvantes da história do cinema, brilha mais uma vez como Birdie, amiga de Margo e primeira a desconfiar das más intenções de Eve.

O filme é narrado em flashback e começa com Eve ganhando um importante prêmio do teatro. A imagem congela e os personagens Karen e Addison narram tudo o que aconteceu para que Eve chegasse onde chegou. É dessa maneira que descobrimos a verdadeira história de Eve. 

Bette Davis e Thelma Ritter.

Só acho que o título em português do filme, apesar de bom, é inadequado. Seu título original é "All About Eve" (Tudo Sobre Eve), que combina perfeitamente com a história contada, mas "A Malvada" sugere que é a personagem de Bette Davis quem faz maldades. Basta olhar a capa do blu-ray do filme, onde Davis aparece deslumbrante ao lado do título, de modo que aqueles que não conhecem a história pensam que ela é a malvada da história. Eu mesmo pensava assim, até ler a sinopse do filme.

Seja como for, "A Malvada" é um clássico, um filme obrigatórios para quem gosta de teatro e artes. O filme  e sua critica sobre os bastidores do mundo do teatro, permanecem atuais ainda hoje e vemos que pouca coisa mudou da década de 1950 para cá. A história do filme já deu origem a muitas histórias parecidas  no cinema e teatro, e até nas novelas.

É um grande e inesquecível filme, uma verdadeira obra de arte! Vejam o trailer da edição em blu-ray de "A Malvada":



Se não viu ainda, assista, e já viu, sempre vale a pena rever esse excelente filme, ainda mais em blu-ray, com tecnologia digital.










quinta-feira, 19 de abril de 2012

"CHEIAS DE CHARME": UMA NOVELA DELICIOSA


Assistindo aos primeiros capítulos da nova novela das sete, "Cheias de Charme", temos certeza de que estamos diante de uma boa e divertida novela que nem nos deixa olhar para o relógio. Novela é boa é assim: parece que o capítulo acaba rapidinho e nos deixa com vontade de continuar assistindo.

"Cheias de Charme" começou bem ágil e não perdeu tempo com cenas desnecessárias. Já no primeiro capítulo ficamos íntimos das três empregadas protagonistas, cada uma delas com seus próprios dramas, mas em comum, o fato de sonharem com uma vida melhor e acreditarem sempre que é possível realizar seus sonhos. As três são mulheres simples, humildes, guerreiras e batalhadoras. Não tem como não torcer por Penha (Taís Araújo), Rosário (Leandra Leal) e Cida (Isabelle Drummond). As três nos conquistam à primeira vista e o melhor é que suas histórias não são melodramáticas, elas não são vítimas, nem coitadinhas. Todas levam a vida com bom humor e não se deixam abalar pelos problemas do dia-a-dia, uma verdadeira injeção de ânimo para o telespectador. O fato de serem três protagonistas ao invés de uma, deixa a novela ainda mais interessante, pois são várias histórias acontecendo ao mesmo tempo, ou seja, as chances de acontecerem "barrigas" pelo menos nas histórias principais, são mínimas. Outro mérito da novela é mostrar que as empregadas domésticas, que em outras novelas quase nem falam, podem render ótimas histórias e serem inclusive, protagonistas.

Com uma pegada bem popular, é uma novela animada, extravagante, exagerada (no bom sentido) e muito colorida. "Cheias de Charme" aborda o mundo da música, um dos temas menos presentes nas novelas. Contam-se nos dedos as novelas que tinham personagens cantores como protagonistas. Além das três "empreguetes" que se tornarão cantoras de sucesso, temos a escandalosa rainha do eletroforró Chayene (Cláudia Abreu) e o cantor romântico Fabian (Ricardo Tozzi). Os shows dos personagens são tão bem produzidos, que passam a impressão de serem de verdade. É uma autêntica novela musical. Outro trunfo da novela é o uso do forró techno brega e do "sertanejo universitário", ritmos musicais mais em moda do momento.


Cláudia Abreu é o maior destaque da novela até agora e está nos fazendo rir muito com sua louca e divertida Chayene, que se acha mais que os outros só porque é famosa. Apesar de ser a vilã da novela, não sentimos nenhuma raiva dela, pelo contrário, nos divertimos muito com suas maluquices. Com exceção de um ou outro ator cujo as atuações ainda deixam muito a desejar, todo o elenco está bem e a direção ágil e inteligente está de acordo com o texto e a proposta da novela. A impressão que temos ao ver a novela é a de que todos os atores estão se divertindo muito em cena e isso é ótimo para o trabalho ser ainda melhor.

O público pelo visto, já foi conquistado pela novela. Se a trama continuar com todo esse fôlego, será sem dúvidas, um grande sucesso. Por enquanto o que eu vi, e acho que muitos concordam comigo, foi uma novela deliciosa e descontraída que nos faz ter prazer de assistir  todos os dias. Uma novela para todas as idades, para toda a família, uma ótima novela! E que continue assim!





quarta-feira, 18 de abril de 2012

DIGA NÃO À CRUELDADE CONTRA OS ANIMAIS


Todos sabem que esse blog é sobre televisão e também sobre cinema, literatura e música, mas hoje não abordarei nenhum desses temas. Abro espaço para falar de um assunto muito sério, que infelizmente não tem a atenção merecida: os maus tratos a animais, especialmente os domésticos, como cães e gatos.

Resolvi falar sobre isso depois da tristeza que eu e minha família tivemos na semana passada, quando três gatas nossas  foram cruelmente envenenadas com chumbinho e morreram. Um gato está desaparecido. Não temos a menor ideia de quem fez isso. De repente uma das gatinhas chegou de noite babando sem parar, com os olhos lacrimando e com um grande cansaço. Ela também vomitou e teve diarréia. Não houve muito o que fazer. Ela morreu rápido. No dia seguinte, foi a vez de outra gata, que chegou apresentando os mesmos sintomas e morreu em menos de uma hora. Pesquisei na internet e vi que os sintomas correspondiam a envenenamento por chumbinho e o veterinário confirmou que era isso mesmo. Nesse mesmo dia  outra gata desapareceu aqui de casa e nós a encontramos  morta no domingo. Também foi envenenada. O gato continua desaparecido há mais de uma semana. Como ele nunca passa mais do que um ou dois dias fora de casa, temos quase certeza de que ele também foi envenenado e morreu longe de casa. Dos seis gatos que tínhamos em casa, sobraram apenas dois.

Essas fotos que vocês estão vendo são das três gatas que morreram envenenadas. Esse gato que tem uma parte branca no pescoço, é o que está desaparecido até agora. Todos os gatos daqui eram pretos, apenas um é branco. Eles eram todos filhos da mesma gata, que nós recolhemos na rua e que desapareceu aqui de casa em 2010, quando eles ainda eram bem pequenos. Depois disso, nós resolvemos cuidar deles e jamais cogitamos a hipótese de abandoná-los sem casa, comida e proteção. Também nunca tivemos nenhum tipo de superstição em relação a gatos pretos. Isso é uma bobagem e quem tem gato preto em casa, sabe que eles são como qualquer outro gato e que só nos dão carinho e alegria.

Não consigo entender como alguém tem coragem de maltratar ou matar um animal inofensivo que não faz mal a ninguém. Os bichos são companheiros que só nos querem bem. Eles são puros, não sabem o que é a maldade humana, não tem a mínima noção do quanto o ser humano pode ser cruel. Quanto mais eu conheço a natureza malvada de algumas pessoas, mais eu gosto dos animais. Nós seres humanos, sabemos nos defender, mas os animais, não. Para eles todo mundo é bom, o coração deles não é contagiado pela maldade que é tão característica da natureza humana. Quem tira a vida de um bichinho inocente, está cometendo um assassinato grave, está interrompendo uma vida. Como pode alguém fazer isso e não sentir remorso algum? Como pode dormir tranquilo depois de cometer um assassinato? Porque para mim o nome que se dá ao ato de tirar uma vida seja de uma pessoa ou de um animal, é assassinato.

Eu e minha família ficamos muito tristes e revoltados. Para quem gosta sinceramente de um animal, ele é como se fosse da família, e quando acontece alguma coisa com eles, nos sentimos impotentes, sem saber o que fazer. Ficamos tristes quando vemos fotos, quando olhamos para o lugar onde eles deitavam, quando lembramos todo o carinho que eles transmitiam... Estamos apreensivos e com medo de que aconteça a mesma coisa com os dois que sobraram, porque gatos são animais que gostam de sair de casa e nem se quisermos, podemos mantê-los presos.  Pode acontecer de eles não voltarem mais para casa a qualquer momento...

E o que me deixa mais triste e revoltado é saber que a impunidade para quem maltrata animais é tão grande.  Mesmo se descobrirmos quem fez isso, tenho certeza que não dará em nada, pois não há como provar e se conseguíssemos provar, provavelmente esse alguém pagaria uma simples multa e ficaria soltinho por aí para matar mais animais inocentes.



Matar animais é crime, é um crime grave! Está na hora da lei se tornar mais rígida para punir de forma mais severa quem faz isso. Todos os dias vemos na televisão animais sendo maltratados ou mortos, e dando uma busca na internet por "maus tratos a animais", a quantidade de imagens chocantes que aparece nos resultados do Google, é de embrulhar o estômago. Essa impunidade precisa acabar! Quem maltrata ou mata um animal inocente, merece ficar no mínimo alguns anos na cadeia! Repito: isso é crime! E um crime merece uma punição severa!

Está na hora de alguém se importar mais com os animais para impedir que eles continuem sendo vítimas dos abusos de monstros sem coração! Estão querendo agora abrandar as penas de pessoas que fazem atos de crueldade contra os animais. Não podemos deixar que isso aconteça! Pelo contrário, a lei precisa ficar mais rígida!



Entrem no site http://www.crueldadenuncamais.com.br/ e saibam mais sobre o movimento "Crueldade Nunca Mais", que procura reunir o Brasil inteiro no combate à crueldade contra os animais, um movimento que conta com o apoio de vários artistas. Vamos aderir a esse movimento e lutar para que a punição para quem maltrata um animal seja mais severa!

DIGA NÃO À CRUELDADE CONTRA OS ANIMAIS!





segunda-feira, 16 de abril de 2012

ESPECIAL "CHEIAS DE CHARME": AMIGAS EM BUSCA DOS SONHOS



Nessa segunda, 16 de abril, estreia a nova novela das sete da Globo, "Cheias de Charme", escrita pelos estreantes Felipe Miguez e Isabel de Oliveira, com supervisão de Ricardo Linhares e direção geral de Carlos Araújo. Vamos saber mais sobre a novela.

A HISTÓRIA



Maria da Penha (Taís Araújo), Maria do Rosário (Leandro Leal) e Maria Aparecida (Isabelle Drummond) se conheceram na cadeia, após uma confusão. As três são empregadas domésticas de um condomínio de luxo carioca. Ao se conhecerem, ficam muito amigas e graças ao talento, amizade e sorte, acabam se transformando num trio de cantoras de sucesso. Mas Chayene (Cláudia Abreu), a rainha do eletro forró, que já fez muito sucesso e que está com a carreira em decadência, não gostará nada dessa história de ver suas ex-empregadas fazendo sucesso. Ela tentará se reerguer às custas do cantor Fabian (Ricardo Tozzi), conhecido como o "príncipe das domésticas". "Cheias de Charme" falará de música, sorte, show business, amizade e promete muita diversão para todos nós.

PERSONAGENS PRINCIPAIS

PENHA (Taís Araújo) - Moradora do Borralho, bairro fictício, Penha trabalha na casa de Chayene e além de aguentar as humilhações da patroa, vive um casamento infeliz com Sandro (Marcos Palmeira), que não trabalha e não a ajuda em nada. Mãe de Patrick (Mc Niccolas), Penha também cuida dos dois irmãos adotivos, Alana (Sylvia Nazareth) e Elano (Humberto Carrão). Apesar de todos os problemas, Penha não permite que nada atrapalhe o seu bom humor e leva a vida sempre sorrindo e de alto astral.


ROSÁRIO (Leandra Leal) - Adotada por Sidney (Daniel Dantas) quando tinha 10 anos, Rosário é uma cozinheira de mão cheia, mas seu sonho é ser cantora. É fã do cantor Fabian e vai trabalhar na casa de Chayene para tentar se aproximar do meio artístico. Realizará o sonho de ser cantora ao lado das amigas Penha e Cida.

CIDA - (Isabelle Drummond) - Cida foi criada na casa de Ernani Sarmento (Tato Gabus Mendes) desde criança e começou a trabalhar de arrumadeira na mesma casa depois que a mãe morreu. Muito romântica, Cida só quer viver um grande amor. Namora Rodinei (Jayme Matarazzo), mas se apaixonará pelo playboy Conrado (Jonatas Faro). Desperta também a paixão platônica de Elano. Virará cantora ao lado de Penha e Rosário.

CHAYENE (Cláudia Abreu) - Piauiense, é a rainha do eletroforró. Conquistou sucesso nacional como o "xote da brabuleta" e sua característica dancinha. Com um repertório variado que vai do forró techno ao brega pop, já sacudiu multidões em seus shows, mas atualmente se encontra numa má fase, pois não vende mais discos, já não é tão jovem, os homens faltam e sente que o sucesso está indo embora. Atribui isso a um sobrepeso visível apenas para ela. Viverá um namoro promocional com o cantor Fabian a quem apadrinhou e tentará se reerguer. Será patroa de Penha e depois, de Rosário, e será uma pedra no sapato das domésticas.

FABIAN E INÁCIO (Ricardo Tozzi) - Fabian é um cantor de sucesso do sertanejo universitário. Conhecido como o príncipe das domésticas, faz muito sucesso e tem fama de mulherengo e conquistador. É muito vaidoso e administra bem sua carreira para estar sempre no topo. Inácio, seu sósia, é um cara honesto que vem fugido da região serrana por causa de um mistério do passado. É apaixonado por Rosário e detesta a sua semelhança com Fabian, pois já se meteu em muitas confusões por causa disso.

O QUE ACONTECE NO PRIMEIRO CAPÍTULO


Penha, Cida e Rosário se conhecem na delegacia à noite. O relógio começa a voltar para trás. Penha desperta na madrugada com a vinheta do programa do Gentil. Cida varre a entrada da casa. Rosário põe a mesa do café enquanto sonha com Fabian. Sidney se preocupa com a postura da filha ao servir o bufê no camarim do cantor. Penha comemora a construção do “puxadinho”, mas é surpreendida pela fiscalização. Naldo descobre que Socorro denunciou a construção e a repreende. Chayene exige que Penha vá imediatamente para sua casa, pois é noite de show com Fabian. Malaquias resolve colocar Dinha para servir o bufê do camarim. Rosário não gosta da decisão do chefe. Cida diz a Rodinei que não vai à sua apresentação no Pavilhão do Som, porque tem que ajudar com o noivado de Ariela. Rosário arma um plano e assume a função de Dinha. Ariela Sarmento e Humberto ficam noivos. Rodinei rompe com Cida. 



Sem querer, Penha queima o vestido de Chayene, que reage. A doméstica decide dar queixa na polícia. Conrado vai como penetra na festa da filha de Sarmento e conhece Cida. Dinha vê Rosário com Fabian, chama os seguranças e provoca a maior confusão.. Chayene canta com Fabian. Cida vai atrás do namorado e o encontra com Brunessa. Cida beija Elano para causar ciúmes e Rodinei provoca uma confusão. Cida, Rosário e Penha fazem um pacto.

Clique aqui para entrar no site oficial da novela e ler o resumo dos outros capítulos.


"Cheias de Charme" estreia hoje, ás 19h30. Fiquem ligados!